Análise do intervalo de tempo entre o primeiro sintoma e o início do tratamento de mulheres com câncer de mama em um centro oncológico de referência no Rio de Janeiro

Autores

  • Giselle Coutinho Medeiros

Palavras-chave:

Neoplasias da mama, Epidemiologia, Diagnóstico tardio, Sistema Único de Saúde, Acesso aos serviços de saúde

Resumo

Introdução: O objeto estudado foi o tempo entre o início do 1º sinal ou sintoma de câncer de mama (CM) e o diagnóstico histopatológico. De acordo com a literatura, esse intervalo é subdividido em etapas distintas. Portanto, a presente dissertação deu origem a dois artigos científicos. Objetivo: Trata-se de um estudo prospectivo em uma coorte de pacientes matriculadas no Hospital do Câncer III, entre 2014 e 2015. Método: A associação entre as variáveis independentes e os respectivos desfechos foi verificada por meio de regressão univariada e múltipla. Foi utilizado o pacote estatístico SPSS (20.0). O primeiro artigo teve como objetivo avaliar o tempo entre o 1º sinal ou sintoma e a 1ª consulta (1º intervalo) e identificar os fatores associados ao atraso, que foi estabelecido como o tempo ≥ 90 dias. Resultado: Foram incluídas 388 mulheres sintomáticas ao diagnóstico. O tempo mediano entre o 1º sinal ou sintoma e a 1ª consulta foi de 41 dias (variação interquartil: 13,2 – 130,0 dias). O atraso foi associado a frequência entre as consultas ginecológicas > 1 ano, ausência de história familiar de CM, renda < 1 salário mínimo, e menor score no domínio material do apoio social. No segundo estudo foi avaliado o intervalo de tempo entre a 1ª consulta no serviço de saúde e o diagnóstico de CM (2º intervalo) e identificados os fatores associados ao intervalo de tempo ≥ 90 dias (atraso). Foram incluídas também pacientes assintomáticas, totalizando 526 mulheres. O tempo mediano entre a 1ª consulta e o diagnóstico de câncer foi de 5,2 meses (VIQ: 2,5-10,9 meses). Apresentaram maior chance de atraso as mulheres que receberam o diagnóstico no HCIII ou em outra unidade pública de saúde, as que frequentaram anualmente consultas ginecológicas, e aquelas com ausência de nódulo mamário. Conclusão: Os resultados obtidos sugerem que as principais barreiras que contribuem para o atraso são relacionadas a falhas no sistema de saúde, na assistência e no acesso à informação sobre o CM.

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Publicado

26.10.2020

Como Citar

MEDEIROS, G. C. Análise do intervalo de tempo entre o primeiro sintoma e o início do tratamento de mulheres com câncer de mama em um centro oncológico de referência no Rio de Janeiro. Revista de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, v. 2, n. 1-2, p. 77, 2020. Disponível em: https://revista.saude.ms.gov.br/index.php/rspms/article/view/63. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Resumos de dissertação ou tese de doutorado