Sobrevida e óbito neonatal de prematuros admitidos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais no interior do Nordeste Brasileiro
Palavras-chave:
Recém-Nascido Prematuro, Óbito, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Sobrevida, Estimativa de Kaplan-MeierResumo
Introdução: Mortes infantis representam grave problema de saúde pública, pois são mortes precoces e, em sua maioria, evitáveis. Objetivo: avaliar o óbito e a sobrevivência dos prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva neonatais no interior da Bahia. Materiais e métodos: trata-se de estudo de coorte não concorrente, incluindo prematuros internados entre janeiro de 2016 a dezembro de 2017. A variável dependente foi o óbito neonatal. Foram realizadas análises bivariadas através do teste de Log Rank. A fim de realizar a análise do tempo para a ocorrência do óbito foi utilizado o método não paramétrico de Kaplan-Meier e suas respectivas curvas de sobrevivência. Considerou-se significância estatística o p valor ≤ 0,05. Resultados: Obteve-se uma amostra de 400 prematuros.  Evoluíram com maior mortalidade no período neonatal: prematuros do sexo feminino (14,5%), prematuros extremos (56,5%), extremo baixo peso (57,7%), pequenos para idade gestacional (16,8%), com Apgar de 5º minuto menor que 7 (29,6%), submetidos a reanimação avançada na sala de parto (51,8%), com hipotermia moderada à admissão (23,4%), com alguma morbidade (15,8%) e submetidos a alguma cirurgia (22,2%). As variáveis com significância estatística na análise bivariada foram: idade gestacional, peso de nascimento, Apgar 5º minuto, reanimação neonatal, morbidade e temperatura de admissão. Para estas variáveis foram construídas curvas de sobrevivência de Kaplan Meier. Conclusão: observou-se predomínio dos óbitos no período neonatal precoce, influência da sobrevivência com as características biológicas dos prematuros, atenção neonatal e condições associadas. É necessário melhoria na condução do pré-natal e assistência peri parto.
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