Perfil epidemiológico da sífilis congênita e em gestantes na XIV Região de Saúde do Estado de São Paulo

Autores

Palavras-chave:

Sífilis, Sífilis congênita, Qualidade da assistência à saúde

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a incidência e o perfil epidemiológico de sífilis congênita (SC) e em gestantes (SG) na XIV Região de Saúde do Estado de São Paulo, buscando analisar o comportamento da doença na população. MATERIAIS E MÉTODOS: Para a coleta foram utilizados bancos de dados dos Sistemas de Informações SINAN e SINASC. Estes posteriormente foram tabulados no programa Microsoft Excel® e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial. RESULTADOS: foram registrados 792 casos de sífilis em gestantes no período de 2005 a junho/2019 e 319 casos de SC entre 1998 a junho de 2019. Ambas as condições foram mais prevalentes entre mulheres/mães com idade entre 20-29 anos, escolaridade até nível médio incompleto e da raça branca. Observa-se uma relação positiva entre a incidência de sífilis em gestantes e sífilis congênita, sendo que para cada caso positivo de SG, ocorreram 1,12 casos de SC na região, entre os anos de 2009 a 2018. CONCLUSÃO: considera-se que a situação epidemiológica é preocupante no território da XIV Região de Saúde do Estado de São Paulo e o tema deve estar continuamente na agenda de gestores e trabalhadores dos serviços de saúde.

Referências

ALMEIDA, R. A. A. S. et al. Conhecimento de adolescentes relacionados às doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Rev. Bras. Enferm., v. 70, n. 5, p. 1087-1094, 2017.

ARAUJO, M. A. L. et al. Fatores associados à prematuridade em casos notificados de sífilis congênita. Rev Saude Publica, v. 55, n. 58, p. 1-10, 2021.

BARRETO, M. L. et al. Successes and failures in the control of infectious diseases in Brazil: social and environmental context, policies, interventions, and research needs. The Lancet, v. 377, n. 28, p. 1877-1889, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 542 de 22 de dezembro de 1986. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 19827, 24 de dez. 1986. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/ses/resource/pt/crt-3619 . Acesso em: 15 jul. 2020.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 128, n. 135, p. 13563, 16 jul. 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 33, de 14 de julho de 2005. Inclui doenças à relação de notificação compulsória, define agravos de notificação imediata e a relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional. Diário Oficial da União: seção 1. Brasília, DF, ano 142, n. 135, p. 111, 15 jul. 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. HIV/Aids, hepatites e outras DST. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da União: seção 1. Brasília, DF, ano 148, n.121, p. 109-111, 27 jun. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.242 de 30 de dezembro de 2011. Dispõe sobre o Fluxograma Laboratorial da Sífilis e a utilização de testes rápidos para triagem da sífilis em situações especiais e apresenta outras recomendações. Diário Oficial da União: seção 1. Brasilia, DF, ano 149, n.1, p 50-52, 2 jan. 2012a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Informativa Conjunta nº 109/2015/GAB/SVS/MS, GAB/SCTIE/MS. Orienta a respeito da priorização da penicilina benzatina para sífilis em gestantes e penicilina cristalina para sífilis congênita no país e alternativas para o tratamento da sífilis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico: Sífilis 2017. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico: Sífilis 2019. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019.

GUIMARAES, W. S. G. et al. Acesso e qualidade da atenção pré-natal na Estratégia Saúde da Família: infraestrutura, cuidado e gestão. Cad Saúde Pública, v. 34, n. 5, p. e00110417, 2018.

LEAL, M. C. et al. Reproductive, maternal, neonatal and child health in the 30 years since the creation of the Unified Health System (SUS). Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 6, p. 1915–1928, 2018.

LUZ, L. A.; AQUINO, R.; MEDINA, M. G. Avaliação da qualidade da atenção pré-natal no Brasil. Saúde Debate, v. 42, n. 2, p. 111-126, 2018.

NELDER, J. A.; WEDDERBURN, R. W. M. Generalized linear models. Journal of the Royal Statistical Society, v. 135, n. 3, p. 370-384,1972.

NERY, J. A. C. et al. Infecções sexualmente transmissíveis na adolescência. Residência Pediátrica, v. 5, n. 3, p. 64-78, 2015.

NUNES, J. T. et al. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad. Saúde Colet., v. 24, n. 2, p 252-261, 2016.

OLIVEIRA, D. R.; FIGUEIREDO, M. S. N. Abordagem conceitual sobre a sífilis na gestação e o tratamento de parceiros sexuais. Enfermagem em Foco, v. 2, n. 2, p. 108-111, 2011.

OPAS. Unidad VIH/SIDA. Hoja informativa sobre sífilis congénita. Washington, D.C., febrero de 2004.

TOMASI, E. et al. Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais. Cad. Saúde Pública, v. 33, n. 3, p. e00195815, 2017.

VALDERRAMAI, J.; ZACARÃAS, F.; MAZINI, R. Sífilis materna y sífilis congénita en América Latina: un problema grave de solución sencilla. Rev Panam Salud Publica. v. 16, n. 3, p. 2011-2017, 2004.

VICTORA, C. G. et al. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. The Lancet, v. 377, n. 9780, p. 1863-1876, 2011.

WALKER, G. J. A.; WALKER, G. D. Congenital syphilis: a continuing but neglected problem. Seminars in Fetal & Neonatal Medicine, v. 12, p. 198-206, 2007.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Global elimination of congenital syphilis: rationale and strategy for action. Genebra: WHO, 2007.

Downloads

Publicado

01.07.2022

Como Citar

FIORINI, I. A.; LIVORATO, F.; FONSECA, N. da S. M.; SILVA, C. M. da C. Perfil epidemiológico da sífilis congênita e em gestantes na XIV Região de Saúde do Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, v. 4, n. 2, p. 41–53, 2022. Disponível em: https://revista.saude.ms.gov.br/index.php/rspms/article/view/170. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais