@article{de Paula Santa_de Assis Sales_2018, place={Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil}, title={Discurso sobre um caso de feminicídio: uma análise documental.}, volume={1}, url={https://revista.saude.ms.gov.br/index.php/rspms/article/view/35}, abstractNote={<p><strong>Introdução</strong>: Desde sua colonização, o Brasil estabeleceu-se como um estado patriarcal, permeado por uma cultura de força e poder atribuídas ao sexo masculino o consolidou uma relação de gênero desigual entre homens e mulheres e reforçou o domínio de homens sobre as vidas e corpos de mulheres. Essa premissa social, que permeia até hoje o inconsciente coletivo, fragilizou as mulheres da sociedade brasileira, expondo-as a uma série de fragilidades em relação aos homens. A relação de dominação do homem sobre a mulher, introduzida pelo patriarcalismo, impactou na violência de gênero que vitimiza as mulheres até os dias de hoje. A faceta mais cruel desta violência é o feminicídio, ou seja, a morte de uma mulher em razão do seu gênero, o qual passou a ser um tema mais profundo de debate a partir do ano de 2015, quando promulgada a Lei n.º 13.104 que incluiu a prática como nova qualificadora do crime de homicídio. <strong>Objetivo</strong>: O objetivo deste estudo foi analisar um caso de feminicídio de grande repercussão em mídias nacionais e internacionais, ocorrido em uma capital do Brasil no mês de julho de 2017. <strong>Método: </strong>Este estudo se caracteriza como documental, qualitativo, baseado no Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) de Lefèvre e Lefèvre. Para tal, considerou-se os discursos midiáticos para o evento do feminicídio e para a descrição da mídia em relação a cada ator envolvido, o agressor, a vítima, o cenário e o desfecho. Foram exploradas as matérias publicadas na mídia, durante os primeiros sete dias pós-evento, em dois jornais online de destaque local. A coleta se deu com a utilização de um instrumento, onde foram exploradas as narrativas por leituras sucessivas, literalmente com as palavras descritas nos textos, buscando as ideias centrais convergentes e divergentes de cada jornal, para agrupamento e determinação do Discurso do Sujeito Coletivo referente ao feminicídio. <strong>Resultados:</strong> Os resultados levaram a três DSC, sendo o primeiro: <em>A personagem mulher que foi morta</em>; o segundo: <em>O cenário de amor e crime na interrupção da vida,</em> e terceiro: <em>O homem agressor era do bem.</em> <strong>Conclusão:</strong> A construção semântica desses discursos e sua interpretação, permitiu a compreensão do cenário do feminicídio na perspectiva da mídia, que interpreta e reforça, de acordo com os atributos de gênero feminino demandados pela sociedade, em que lugar social a mulher está, em relação a violência que a vitimiza. A violência contra a mulher, que culmina em um feminicídio, muitas vezes se inicia de uma forma sutil no cotidiano da vida, e é reforçada pelo modelo machista, sendo muitas vezes omitida e aceita. Cabe reforçar, que a mídia tem um papel ético e educativo a ser cumprido, o que na análise mostrou-se distante de tais premissas, reforçando situações que se exploradas de outra forma, poderiam reforçar políticas e redes de proteção a mulher vítimas de violência, mecanismos de mudanças que colocassem homens e mulheres em igualdade de direitos e minimizassem a violência de gênero contra as mulheres. O estudo serve de arcabouço teórico reflexivo para ampla discussão do feminicídio entre intersetores da sociedade.</p>}, number={1}, journal={Revista de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul}, author={de Paula Santa, Luciana Virginia and de Assis Sales, Ana Paula}, year={2018}, month={nov.}, pages={110} }